terça-feira, 23 de outubro de 2018

Perene ao Momento

Deixar secar a madeira
pra faísca ter propósito.
Mas e se vem a chuva de novo
molhar minhas tímidas certezas?

Já queima em mim a fadiga, amiga
da culpa mal digerida
por ter deixado
passar

Deixar passar as certezas,
pro propósito ser faísca,
em meio a chuva da minha
indigestão?

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Ilusão

Às margens de mim pairou um silêncio.
Contabilizo nele espaços entre ponteiros;
Tento, repenso... Faço do tempo
um tempo de buscar ser.

Ser o que esqueci:
essência de mim.

Se não é o barulho que me inunda,
nem ruídos, nem gritos;
me torno pausa.

A sensação de eco era como tocar na água,
sentindo tudo que ela é capaz de tocar em mim.

Sonoridade beijando minha pele,
a maciez do limo entre rochas,
plenos de sutilidade tão breves..
Mantinham a cor de cada passo.

Eu que me afogo em silêncios,
logo Eu,
peixe de tantos mares,
fico aflita de sentir a prisão da eterna sensação
de afogar-me em mim?

Se o que me mantém na beira
é a cegueira que construí
destituí de mim o tom
que inicia toda a sinfonia.

Agonia (melancolia fictícia sustentando os demônios que corroem o meu Ser)