sábado, 14 de agosto de 2021

Portas

Não é sobre ver a paisagem
É perceber sensações
Conexões entre ideias

Se dar conta que capturou algo
E se esforçar ao máximo
Pra não perder por aí

Essa... AH.. força pra não deixar o laço se desfazer
Buscar algo pra agarrar
E deixar lá, descansando,
Até que eu possa voltar e continuar

Epifanias arquivadas... É.

Só as vezes a sensação
É de que
Não foi eu quem fizera o arquivamento...
Ou ao menos, não lembro
Essa outra coisa que grava coisas em mim
Sou eu também?

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Queda

Tem vultos que passam
algo como,
memórias inquietas,
revoltas... inevitáveis
que estragam
essas instáveis linhas
entre o que sou, o que quero
e o que penso.

As aspirações internas logo se...
despedaçam.

e por que é tão facil se perder?

São fraternas as vontades, 
possibilidades de começar
de novo e de novo...
Tudo que já disse que queria,
tudo que já escrevi, que já fiz,
tudo o que já poderia ter feito.

E me resta esse deleite,
um vislumbre de que sei o que faço;
de que sei que me perco,
de que aceito que esqueço 
nesses minúsculos espaço-tempo de escolhas...

Abandono meus propósitos,
abandono à mim.

Tão momentâneo, tão sorrateiro,
tão certeiro esse pânico
de que se repete a narrativa
onde rompi minha própria
expectativa

E no fim o que me resta
é essa crítica auto ifingida,
(outro vulto que me alucina)
essa tortura silenciosa
que me submeto

todos os dias. 


quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Semipleno

Uma sensação de... conexão.
Sentidos encontrados numa espontaneidade,
ainda que no meio dessa virtualidade toda,
me faz navegar nesses relances de inspiração.

São aquelas sinfonias escondidas,
Que, de quando em vez, são percebidas nessa coisa recíproca

Aí... O tempo se evapora todinho.

E é tudo muito gostoso,
tão gostoso que deixa aquele gosto
de que foi embora um tipo de iluminação...

Quero continuar esse fluxo de pensamentos sincronizados.
Quero me encontrar em você,
nesses passeios de ideias... nessas aleatoriedade cotidianas,
nesses resgates de partes de mim, ocasionados no toque singelo que faço em ti.

Momentos que me levam aos sorrisos sinceros,
ideias que me conduzem àqueles mundos internos....

Translúcidas imagens de sentimentos que me...
reanimam, 
pra essa tortuosa viagem mundana





terça-feira, 3 de agosto de 2021

Ciência

Ah, como é gostoso ler Rubem Alves. As narrativas cotidianas transformam as linhas de raciocínio em momentos tão... digeríveis. Apesar de qualquer complexidade tudo ali parece ser compreensível. Me faz pensar sobre linguagem, comunicação, experiência, memória. Ahh tudo se interligando numa velocidade que a escrita não acompanha. Que eu ainda não acompanho.

Algo sobre... sonhos. São produtos de vivências e experiências assimiladas enquanto acordados, misturadas a n fatores da própria subjetividade. Incluem códigos, interpretações, sentimentos. Sem serem objetos de análise contínua podem ser comumente esquecidos: sem maiores significações pelo sonhador. Mas não é por que não se lembra e nem por que não entende que o sonho não esteja lá, e que não seja porta de entrada pra milhares de perspectivas sobre si mesmo.

Assim é o conhecimento: um algo construído a partir do que se vive, codificado entre as subjetividades e as linguagens humanas. Metamorfosiamos a experiência em cadeias de pensamentos, codificados os raciocínios tentamos colocar pra fora, de forma que outro alguém possa entender. Refutar, complementar...

E é um caminho tortuso: assimilar, transformar, codificar, comunicar... tanto se perde nisso tudo, tanto se constrói... Ah. A mente humana, a memória, o tempo

Não seria a endeusificação da ciência uma busca por "fortes", por bases sólidas que nos orientem no meio de tanta confusão? Confusão, primariamente, mental. Confusão que começa na dúvida da existência - seja das coisas, seja de si... papel já tão exercido pelas religioes mundo afora...  Uma busca coletiva por conhecimento que desemboca na subjetividade... Não sei. Difícil acompanhar esse fluxo de ideias