sábado, 23 de novembro de 2019

Escolhendo

Há um desafio constante. É uma pergunta que ecoa lá nos confins do meu ser e ultimamente tenho percebido minha distância e esquecimento dela.

Antes talvez fosse mesmo mais fácil. Quando eu levantava da cama e corria, ou quando ficava deitada e assistia anime. Quando passava as tardes lendo aqueles romances cheios de lutas e destinos incríveis, quando simplesmente passeava com os pais no final de semana e me embriagava com as paisagens das viagens.

Eu estava escolhendo. O tempo todo. Mas a resposta vinha como uma brisa: eu a sentia, eu sabia de onde vinha, pra onde ia. Mesmo sem saber que sabia. Uma espontaneidade que vem lá do fundo mesmo, sabe? Não se trata de uma certeza, é um sentir. Quando já fazendo o que queria fazer, a sensação era de viver o momento. O pensamento não duvidava da escolha. A mente não ficava traindo meu prazer.

Agora é como se eu nunca soubesse o que quero fazer. Ter de pensar para decidir isso é algo estranho, era algo desnecessário. E quando se tornou necessário? (Aqui poderia ter um bom estudo sobre mim mesma).

Algo se rebela dentro de mim, várias vezes ao dia. "Não queria estar fazendo isso". É algo de mim para mim, uma sensação bem mais agressiva que a brisa que falei antes, gritando para que eu encontre algo. Me encontre. Encontre o caminho que quero trilhar naquele instante.

Diante de milhares de pensamentos, dúvidas, angústias, me resta reafirmar o que finjo que sei, mas no âmago de mim surge as críticas sobre essa arrogância: calma. É preciso ter calma. Paciência comigo mesma. E paciência não é letargia, lembremos disso! Posso colher frutos aos poucos, porém isso depende da minha vontade de planta-los. Logo chega o período de plantio novamente. Quero estar devota às minhas pulsões mais sinceras. Morte e renascimento. Todo mês. Que ciclo!