sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Lembranças: Contiguidade de (re)vidas



Amanheci chorosa, envolta numa revolta que desconhecia.

O que sabia era que me desolava;

Nessas tortuosas desenvolturas condicionais,

Fora-me tirado o conforto da minha estabilidade,

E clamei pelo retorno, só que o espaço que antes ocupara,


Lá não estava mais.

Superei.

Cresci comprometida com os casos perceptíveis,

Associando esses descasos compartimentais,

Fascinou-me tanta informação disseminada,

Fui entregue às ondas das tais gnoses

Num vaivém contínuo

Extasiante.




Morri angustiada.

Descobri que não controlava o refluxo,

Mas que também não me era permitido dele desistir.

Definhei.



E como todo o biótico,

Impregnei um solo fértil,

E num rebuliço a malgrado fui deslocada,

Já que à materialidade aquelas ideias eram daninhas.

Excretaram-me.



Não tinha mais meu lugar:

Não tinha mais meu ser.

Chorei.

Sobre Virtualidade e Corredores

Sobre virtualidade e corredores: não consigo me aquietar a uma condição. Não lembro de dois conceitos que se aplicassem mais ao meu serzinho do que peripatético e ataîru. Gosto de andar, conhecer, me encantaaaar com as coisas aleatórias do cotidiano (nem que seja esse cotidiano da cidade, da faculdade - empresa que se é tão fácil listar os contras). Ah!

Os dias tem sido complicados, sabia? Conciliar tudo o que acontece nessa cabeça inquieta e nesse mundo bizarríssimo.. a realidade é, em muitas dimensões, triste. Triste pela conjuntura política, triste pelos valores de propriedade, triste pelas distâncias entre as pessoas... Mas não é só isso, né? Tem mais. Essa foto é de balas que eu empilhei na minha barriga. Percebi que tenho usado muito mais as redes sociais agora que não estou conseguindo sair de casa. Isso aqui é uma das formas de suprir esse vazio existencial de precisar de afeto, contato, carinho.. pessoas.

Afinal somos seres sociais! Mas qual o tipo de sociabilidade que a virtualidade proporciona? Pensei muito sobre hospitais, atendimento médico e pré disposição a ajudar o próximo nessas últimas semanas. E que louco é observar os comportamentos.. em detalhes tão sutis como estar bem e querer os outros bem. Acho que vou começar a escrever mais. Parece que ajuda (mesmo que sinta esse relato como algo tão solitário quanto os momentos que tenho passado sozinha. Talvez esses instantes de possível interação não supram minha necessidade de partilhar um momento com alguém).

sábado, 25 de novembro de 2017

Desaguando em Newén e Reciprocidade


Há algumas semanas tenho sido rondada por raciocínios que parecem chegar na mesma foz: hahahha (olha eu usando metáforas geográficas) "afluentes que têm desaguado num oceano que desconheço". É como se eu pudesse perceber a direção do fluxo sem conseguir discernir o destino exato.

Hoje de manhã tive a experiência fantástica de me deleitar na pesquisa. Entre Walter Benjamin, estética musical e ato criativo, cheguei nos Mapuche. Já havia ouvido falar deles no meu primeiro semestre da faculdade, por um professor de metodologia de ensino em Geografia. Lembrei dele, lembrei da aula, lembrei do exemplo do tambor Mapuche. E, ah! Como é incrível sentir prazer em pesquisar algo. 

Ouvi Calle 13. Conheci o Walter Burle Max, compositor brasileiro (por conta de um artigo científico, olha só!) e senti saudade do Villa Lobos. Na verdade nunca parei de fato pra ouvir - até hoje. Se quiser, ouça também: os 5 prelúdios de 1940 (tocado pelo José Antônio Escobar). Não sei se prefiro.. a tensão do primeiro prelúdio pra semi-euforia do segundo, ou clima mais primaveril do quinto prelúdio. Mas é por aí!

A sensação de segurança... Hãm, certeza? Certeza talvez seja a palavra. A sensação de certeza de estar fazendo o que eu queria trouxe sentimentos incríveis. Nem vou me propor a descrevê-los com rigor. Finalmente escrevi algo. Ah! 

Tem escritas soltas por papéis no meu quarto. Tem palavras-chave de muitos raciocínios complementares que vão surgindo... E dialogando entre si. Tem pessoas emergindo no meu cotidiano que estão integrando mais ainda tudo isso. Tem muitos momentos - solitários ou coletivos - completando sentimentos, percepções, ideias [...] A vida têm acontecido. E eu estou acompanhando na medida do possível. Talvez em breve eu consiga transpor nas possibilidades da linguagem essa foz misteriosa. 

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Onde anda você?

Por vezes fico escutando albuns que adoro, e tenho tido a experiência de conhecer a magia de ouvir faixas também. (Tenho até conseguido prestar atenção nas letras, o que é incrível hehhe)

Então a lista de hoje ta sendo:

Black Alien - Jah na Contenção (como eu achei e comecei a ouvir é algo beeem aleatório)

Ave Sangria - Por Quê (não consigo muito apreciar a distorção, então nunca tinha parado pra ouvir e curtir realmente Ave Sangria. Mas nos percaussos do cotidiano acabei me esbarrando neles novamente, e bah... Tem sido ótimo)

The Doors - Break On Through (já ouvi diversas vezes aquele album de "melhores sons" do The Doors. É uma "vibe" que gosto, porém, né, ouvir demais enjoa kkk só que hoje esse som veio na aleatoriedade, e me dei conta que é gostoso ouvir algumas faixas deles assim, encaixada em outros sons)

Onde Anda Você - Toquinho e Vinicius (apareceu no meu mix do YouTube. Mesmo tendo ouvido Toquinho e Vinicius direto ultimamente, não conhecia esse som. Agora vai tocar até enjoar aqui)

Francisco Tarrega - Tango Maria

Beirut - Postcards From Italy (ainda nem vi direito o que se fala na letra, só que o arranjo - no conjunto desse timbre de voz, do cavaquinho [é cavaquinho mesmo? Não sei] é tão agradáveeeel)

Geraldo Azevedo - Dona da Minha Cabeça (tenho ouvido quase todos os dias, junto com "A primeira Vista" do Chico César [conheci recentemente] e "Belle de Jour" do Alceu Valença)

Novos Baianos - Mistério do Planeta (esse som fecha com chave de amorzinho tudo isso aqui. Já conhecia há tempos, achava difícil de acompanhar e de decorar. Nesse final de semana parei pra ouvir, agora fico cantando pelos corredores do cotidiano, não consigo parar.. É gostoso, é agradável, é poético, é eu)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A Procura da Essência

Outubro aconteceu. E de tantas formas, e tão dinâmico, e...

Nossa.

Queria poder expor aqui tudo o que tem acontecido comigo e com o meu serzinho. É ridículo a quantidade de eventos possíveis em um espaço de tempo.

Acabo retornando àquela insegurança de não conseguir transpor em palavras o que está gritando em mim. Ah, palavras! Análise de discurso, linguagem funcional... Meu software está tendo limitações operacionais aqui. Então vou desenvolver um raciocínio de um dia qualquer. Aí vai:

(Queria conseguir desenvolver agora aquelas linhas de narrativas que levam a um desfecho lógico gostosíssimo. Mas tá difícil. AHHHHHHHH)

Vou largar o que der aqui e que assim seja. Não dá pra ficar querendo mais de si, ao ponto de ficar ansiosa e entrar naquela velha circular, né?

"Queria que todos fossem xbox 360,
mas xbox 360 todos não podem ser,
por que as condições materiais do devir são constituídas por algo externo à todos (tanto quanto intrínseco, inter-relacionado, inter-dependente? Não sei) .

Tantos Ataris...
sedentos por atualizações proclamam sede de mudança
(por algo que não conseguem ser)
e na angústia de sua própria negligência
se perdem nos cantos desatordoados da.. sua própria essência

E acabamos repletos de Ataris interenssantíssimos,
que, porem, não conseguem adaptar-se aos novos jogos possíveis
já que são limitados
pela existência."

Achei péssimo. Vou tentar não me culpar. Dois sons pra tentar completar essa (quase falha) tentativa de escrita:

Afrosambas - Vinicius de Morais e Baden Powell (1966)
Som Nosso de Cada dia - Snegs (1974)

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Mais música!!

Tem sido enebriante essa última semana. Na verdade desde que voltei pra minha casa. Ah.. Tanto aconteceu! Nem esmiuçando cada detalhe dos fatos ocorridos a empatia pelas minhas epifanias seria suficiente. Estou sentindo, muito! E como é incriveeeeeeu

Pouco tempo pra pensar, pouco tempo pra escrever, pouco tempo pro lazer. Assim estou. Então vou fazer como outra vez: listar sons que tenho ouvido constantemente durante os rebuliços de sentimento.

Buena Vista Social Club - Aquele de sempre hah (Full Album)
Manu Chao - Clandestino (principalmente "Clandestino" e "Día Luna... Día Pena")
Herbie Hancock - Head Hunters (Full Album)
Bixiga 70 - III (Ful Album)
Frank Zappa - Hot Rats (e Full Album novamente)

domingo, 17 de setembro de 2017

Final de tarde de domingo

vento suave encosta a nuca num sublime encontro os silêncios confusos preenchem vazios que se entrelaçam no conforto de suas angústias comuns -  o ar úmido e quente no dia ameno mantém a sensação sempre coletiva do ambíguo sentido que significa conforto.

Distante das paranoias lissérgicas o quarto assume sua dimensão concreta e os carros ecoam mais alto que os pensamentos ou quaisquer desejos que distantemente poderiam neles semear

Talvez, das complexas dinâmicas que as sensações conseguem enebriar seja  a mais factível o ressentimento de não poder ser

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Uma entrevista com o Beethoven

Dizem que agosto nunca acaba. Pois bem, aqui está a terceira postagem do blog nesse mês, algo totalmente inédito - na proporção quase igual do quanto é relevante.

Eu disse:
"por que eu quero tanto que haja reciprocidade
... quero tanto não estar sozinha,
mas estou"

E me lembrei de uma música que um amigo cantava. Especificamente, o trecho "que saudade", de Augusta, Angélica e Consolação, do Tom Zé. Sinto saudade dele, sinto saudade daquele momento que vivi com ele. Sinto saudade daquele tempo, saudade de tempos anteriores àquele. Momentos em que estou no próprio momento.

E vem ansiedade, e vem saudade. E o momento que eu quero, cadê? Vou reescrever um texto sobre o vazio, só ainda não. Falta algo ainda. Então vou escrever sobre um pensamento solitário (meu único caminho, até então, para aproveitar meu momento sem alguém aqui - do meu lado).

Hahahahah quantas frases desconexas! Ah, vida.

Estava eu sozinha num sábado à noite, após um dia igualmente solitário. Consegui aproveitar todos os momentos próprios - estava tranquila, estava disposta. Após ver "Capitão Fantástico" e ter insights sobre traumas de infância, achei que seria ótimo ouvir um som bacana e ficar de boas. O som foi a nona sinfonia de Beethoven, e o de boas foi me alongar à luz de velas.

E é incrível como, apesar de todos os aspectos do momento, a cabeça nunca é refúgio do silêncio, não é mesmo? Imaginei o Beethoven sem ouvir uma nota daqueles violinos escreveu aquela sinfonia. Como? COMO? Sequer tenho conseguido transpassar pelos meus dedos as melodias que permeiam meus pensamentos... E ele, ah! Ele fez aquelas pausas e sons magníficos sem ouvir as ondas mecânicas que eles geravam?

Quem, além dele próprio, poderia responder essas perguntas da forma mais acurada possível? Em termos objetivos e subjetivos (principalmente)?

Então, claro, veio a vontade de poder entrevistá-lo. Mais que isso. Trocar uma ideia com ele. Poder, por segundos, me colocar mais próxima da percepção que ele tinha da vida: pra então, talvez, buscar sentidos aguçados daquilo que é a reprodução que ele construiu.

Mas.. Minha interação com ele não mudaria, talvez, a própria percepção dele a respeito daquilo que ele podia ou não traduzir em palavras? As perguntas que eu gostaria de fazer, de cunho totalmente psicológico e denso, não gerariam um movimento de tentativa de tradução que mudaria a própria concepção dele, devido à restrição de termos da língua e do tempo para se expressar?

Então veio o fluxo. Aquele fluxo imparável de conexão entre informações distintas que chegaram a pontos lógicos gostosíssimos: porém que necessitam de longos parágrafos para o outro (você mesmo) entender. Ah. A questão é que gosto de tentar explicar os fluxos que tenho. Esse foi interessante por que dialogou com as conversas internas que tive após ver aquele filme que citei antes. Lembrei de comportamentos que tenho atualmente em função de eventos que já tinha desconsiderado. Lembrei de fatos importantes para a análise de mim mesma: para a compreensão de padrões caóticos da minha personalidade. Porém expressa-los seria d-e-m-a-s-i-a-d-o extenso então guardei para mim.

A relação entre os assuntos é: Como se traduz o inconsciente? Se ao realizar qualquer ponte para o externo já se ressignifica o próprio ser em si? Seria a comunicação, ao mesmo tempo que uma possibilidade, uma impossibilidade de nos entendermos? (Visto que nos transforma a cada tentativa dela molda o sentimento abstrato/subjetivo à um conjunto concreto/objetivo de símbolos?)

Quando eu perguntasse para o Beethoven "Quem é você?", a resposta dele mudaria quem ele é? A mudança de quem ele é, mudaria o som que ele fez? Somos aquilo que conseguimos expressar? Ou nos tornamos aquilo que há possibilidade de ser expresso?


sábado, 12 de agosto de 2017

Vazio

Todos escrevendo sobre algum momento cotidiano

Eu não quero escrever o que está acontecendo, quero escrever o que sinto (o que sou?). Não me conheço - ou, talvez, me conheça - tanto que não consigo expor em palavras

Vazio

* Na última quarta tive aula de arte e loucura. O Ney fez uma atividade de termos que escrever continuamente: sem pontos, sem parágrafos; apenas colocando palavras que viessem à mente após olharmos grupos de imagens/vídeos. Não conseguia saber o que era pra escrever ali. Na minha cabeça? Bom, na minha cabeça tinha a possibilidade estudar piano que não acontecia por eu estar ali; a aula da noite que não queria ir; os trabalhos que tinha que entregar no dia seguinte; estava, enfim, o conjunto das minhas ansiedades.

Mas eu dialogo com elas. Sempre. Sei o que me agonia. Seja passado ou presente. A diferença é que a ânsia pelo que virá só se resolve quando vem. Será que era isso que eu tinha que escrever?

Fiquei pensando nisso quando o pessoal leu as suas anotações. Alguns fizeram frases clichês existenciais, a maioria colocou o que estava acontecendo. É isso que passa pelo infinito do imaginário que eles construíram em toda a vida? Não sei. Sei que percebi minha agonia ao escrever. Aquela velha, aquela da cobra. O vazio me consome. E o vazio não vem só quando eu chamo, as vezes é involuntário. As vezes é bom, na maior parte das vezes é angustiante. Veio agora, enquanto assitia 70's show. Veio o que eu gostaria de falar sobre o que escrevi, lá na aula. É o trecho no início do texto. Hoje teve alguns breves momentos que o conceito de "atos falhos" teve sentido. Conscientemente perguntei "será?", e veio novamente. Então parei, "não, pera!" e voltou. E fluiu. E foi gostoso escrever. Ah!

Não está tal qual pensei. Nunca está. Mas ficou próximo. O sentido ainda é dúbio. Alguns vão achar que entenderam, e que bacana! Porém só saberem se o fizeram de fato, se conseguirem retribuir minhas conclusões. Será que alguém faria isso?

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Perdida

Não é falta de criatividade. Nem falta de interesse. É falta. É falta de alguma coisa que eu não sei o que é. Escrever era, pra mim, cessar o choro - transpor o êxtase. Nem choro, nem êxtase tenho tido. (Seriam esses os motivos de minha desenvoltura?)

Da última vez que escrevi, lembro que foram três linhas de uma folha: "não escrevo por ter medo de não ser bom o suficiente". E, antes disso, lembro de me comprometer em tentar escrever mais, já que estava diminuindo a frequência da minha escrita.

O que têm dado certo é o piano. Meus dedos fluem quase como o sentimento, quando não são as origens de outros. Mas as palavras.. Ah! As palavras. Elas me limitam. Elas me pedem pra reduzir esse caos que mora em mim. E no desenvolver das frases começa a noia: por que não consigo transpor em palavras isso tudo que estou sentindo? E. é. a. mesma. noia. de. sempre. Por isso tenho deixado de escrever - não supri a velocidade do meu raciocínio. Não supri a ebulição de ser que tenho experimentado ultimamente.

O que me resta?

Tocar, talvez. As linhas das ilustrações também têm me levado sutilmente por caminhos inesperados. Ah! Eu sinto o êxtase e não consigo EXPRIMIR! Como pode a agonia da existência me consumir cotidianamente dessa forma?

quarta-feira, 12 de julho de 2017

O Gato de Schrödinger e minha Interação Social


Me sinto à margem das interações sociais, distante de algo que gostaria de estar perto, mas meus traços de personalidade não condizem com essa possibilidade. E naquele fluxo intenso de perguntas e respostas, chego naquele lugar: nenhum.

Gosto de analisar dados. Entender como as coisas funcionam, o que levam elas a funcionarem. Porém, em determinado aspecto, minha análise parece sempre envolta em determinantes subjetivos que eu desconheço. E como proceder?

Esse texto parece não estar ficando claro. O que é mais estranho (ou cômico?) ainda. Queria expor aqui a minha impossibilidade de tomar atitudes em relação à interação social. E na tentativa de começar pelo sentimento, me perdi. (Ou foi na tentativa de fazer o outro entender? Oh!)

É sempre assim. Louvo aquela racionalidade por me propiciar momentos tão lúcidos, mas é só chegar os inebriantes sentimentos que ela de pouco serve - à mim, no caso. 

O Gato. 

O caso do gato é estar morto e estar vivo ao mesmo tempo - tal qual, talvez, seja meu ser (não) social. Acho que, profundamente, estou esperando a caixa ser aberta. Só que... Densamente, sei que ela está tão aberta, quanto fechada. 

E chega o silêncio do outro, me observando. Estava tão bom observar ele, antes de eu notar as breves respirações. Não, não olhe pra mim. Não olhe pra mim pois não saberei como reagir. Afinal, quando eu for falar com você, o gato estará vivo, ou estará morto? Eu estarei em você, ou você tentará estar em mim? 

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Eu?

Lapidei dentro de mim um muro
Do outro lado deixei meu ser,
Moldei-me aqui ao que queria estar;
E automatizei até natural parecer.

Agora é confuso o espontâneo,
As linhas ora tênues se entrelaçaram num labirinto
no qual acredito há tempos ter me perdido

Que angustiante tangenciar seres que de mim mesma escondi

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Alguns pacotes daquilo que não consigo escrever


.. de poucos minutos. É o que consegui. Vivas!

When I Awoke - Agincourt
Norwegian Butterfly - Complex
Caedmon - Sea Song
Rock Island - When I Was a Boy

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Na Agonia de Querer

Aquele momento de chegada da aula – 22hrs – em que não houve nenhum tempo durante o dia em que pudesse fazer algo meu. Ver série, tocar violão. Qualquer coisa que me acalmasse, que me deixasse bem. Passar o dia em função de atividades que me estressam, me tiram o ânimo, gera essa agonia (dolorosa agonia).

Chega a um ponto que meu sono me consome. Mas não quero dormir: quero fazer aquela coisa minha, aquela que quis o dia inteiro – e não pude. Quero tanto fazer que continuo acordada. Sei que tenho que acordar cedo amanhã, e sei que não funciono bem quando não durmo bem. Aí estou cansada demais pra fazer minhas coisas... Desenhar? Não, muito esforço intelectual e físico combinados. Tocar teclado? Nem pensar. E assim descarto cada uma das possibilidades que me fariam bem.

Aí começo a deliberar conclusões: será que estou noiando? Será que poderia fazer algo e não consigo perceber? Mas já faz tanto tempo que tô nesse conflito... Será que não seria melhor dormir? Mas... Não quero dormir, ainda. Falta algo.

Ah! Preciso do tempo pra mim.

E é aquela história da cobra. Não sei como sair disso. Quando chego a algum lugar, eu já estava lá antes. E lembro de ter chegado nele tantas vezes. Tento caminhos diferentes? Claro, quero resolver isso. De uma forma ou outra, acabo sempre chegando ao mesmo início. Será que é um problema? Digamos que nunca me sinto satisfeita, nessas situações. Dormir acaba se tornando a única opção, rompendo aquela trajetória circular da minha cabeça – afinal nunca consegui romper o ciclo dos raciocínios envoltos em noias.

Queria saber como parar.

Talvez alguns quisessem saber como começar.

Só tenho a dizer que ainda não dormi.

E ainda não tive aquela satisfação que preciso.


Começou novamente.

Boa noite.