segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Apenas mova sua mão e vá com o fluxo

Querida Luz do Sol

A forma que você brilha através das minhas cortinas pela manhã
Me faz sentir como se você estivesse com saudades de mim.
Beijando minha testa para me ajudar a levantar da cama.
Fazendo eu esfregar o sono dos meus olhos.

Vocês esta me pedindo para sair e brincar?
Esta confiando em mim para desejar que um dia chuvoso não venha?
Olho para cima. O céu é azul.
É um segredo, mas confio em você também.

Se não fosse por você, eu poderia dormir pra sempre.
Mas não estou com raiva.

Eu quero café da manhã.

-

Essa é a primeira vez que publico aqui um texto que não é de minha autoria. Um poema. Um poema inteiro. Ele é da Sayori, personagem do Doki Doki Literature Club.

É.

Tenho tido vários sintomas que são diagnósticos de depressão (assim como essa personagem que escreveu aquele poema ali).

Por mais que tente ignorar esse fato, ele tende à ciclicamente me perseguir. A pergunta que fica nas encruzilhadas que os embrólios mentais me levam é: "Como lidar?"

Então..

Tenho feito uso de, como já citei noutros textos, variadas estratégias. As vezes me são suficientes, as vezes não. Fazia tempo que não me expressava em palavras escritas. E, ah... Não sei.

Tenho ficado perdida em relação aos ritmos do que é externo à mim. A faculdade, os grupos de amigos, as demandas sociais da família. Porém comigo - no meu quarto, na minha casinha - me sinto tranquila. Consigo manter as coisas na ordem que me é confortável, e tenho conseguido aproveitar a solidão também.

E as demandas começam a me perseguir!

Entre fugas e enfrentamentos, o tempo acaba se metamorfosiando em diferentes temporalidades. E, aggh! É difícil se adaptar. É difícil me adaptar.

Como disse em uma conversa cotidiana hoje, me sinto numa condição auto-imune. Uma condição auto-imune na sociedade pós midiática industrialis (hehe), mais conhecida como "Esclerose Anarco-Poética".

Aqui me encontro. Essa temporalidade estranha, externa à mim, da qual as vezes me torno refém. Meu sistema imunológico tenta processar tudo, até que, enfim, chega àquele vazio que tantas vezes já falei sobre aqui nesse espaço virtual.

E, me desencontrando cotidianamente, descubro na poesia a força para zelar pelos ideais que acabo por me apaixonar.

É um segredo (que as vezes até tento esconder de mim mesma), mas confio em você. Quero que a saudade de minha pessoa seja sentida, quero ver no olho de quem estou apaixonada a paixão que permeia meus dias.

* E quando não consigo perceber essa reciprocidade, a dor.. Ah! A dor.. Ela me consome.

Em agosto do ano passado, eu postei aqui o texto da entrevista com o Beethoven. E ele ainda vibra em mim (como todos os textos que já postei aqui). Eu to falando disso:

Eu disse:
"por que eu quero tanto que haja reciprocidade
... quero tanto não estar sozinha,
mas estou"

Projeto nos outros a necessidade que tenho de fuga de mim mesma.

Agora os objetos dessa projeção já são outros.

Vínculos de confiança, seja na amizade ou nos prazeres carnais compartilhados, que se transformaram e mudaram junto comigo.

Agora tô naquelas de me acostumar às novas condições, fazer novos planos e me contentar com aquilo que conseguir. Ah!

Só espero que minha condição psicológica/emocional auto-imune saiba o limite de quais partículas atacar (esse serzinho tem muito o que aprender ainda - antes de propagar sua auto-destruição).

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