segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Perdida

Não é falta de criatividade. Nem falta de interesse. É falta. É falta de alguma coisa que eu não sei o que é. Escrever era, pra mim, cessar o choro - transpor o êxtase. Nem choro, nem êxtase tenho tido. (Seriam esses os motivos de minha desenvoltura?)

Da última vez que escrevi, lembro que foram três linhas de uma folha: "não escrevo por ter medo de não ser bom o suficiente". E, antes disso, lembro de me comprometer em tentar escrever mais, já que estava diminuindo a frequência da minha escrita.

O que têm dado certo é o piano. Meus dedos fluem quase como o sentimento, quando não são as origens de outros. Mas as palavras.. Ah! As palavras. Elas me limitam. Elas me pedem pra reduzir esse caos que mora em mim. E no desenvolver das frases começa a noia: por que não consigo transpor em palavras isso tudo que estou sentindo? E. é. a. mesma. noia. de. sempre. Por isso tenho deixado de escrever - não supri a velocidade do meu raciocínio. Não supri a ebulição de ser que tenho experimentado ultimamente.

O que me resta?

Tocar, talvez. As linhas das ilustrações também têm me levado sutilmente por caminhos inesperados. Ah! Eu sinto o êxtase e não consigo EXPRIMIR! Como pode a agonia da existência me consumir cotidianamente dessa forma?

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