A música disse "Remember when you broke your foot from jumping out the second floor?", e algo em mim estremeceu. Eu já tinha percebido a repetição.
Ontem estava conversando com as meninas sobre como eu reinterpreto meus pais atualmente. Antes achava que a inércia, o contentar-se com a realidade que se apresenta era parte ignorância, e parte falta de esperança. Achava que, pela idade talvez, não conseguissem enxergar os horizontes que eu enxergava. Hoje eu entendo isso um pouco melhor.
Não recordo de momento algum que "O homem perante a natureza", do Pascal, tenha feito tanto sentido pra mim. Na eterna busca de significação, a existência humana se perde nos dois infinitos. E do que adianta? Qual o propósito? Os gatos, o jardim. Os filhotes. Almejar as coisas pessoais hoje é o que me movimenta.
A revolução social cada vez mais se apaga dentro de mim. A revolução interna cada vez mais se distancia de mim. O que tenho me tornado?
Desilusão... Desilusão, canta eu, canta você, na dança da solidão...
Solidão interna, desse silêncio todo que me atordoa, solidão externa, desse vazio infinito numa resposta que não ecoa pelos confins do vácuo que nos circunda.
Parece que o que meus pais fizeram se justifica. Não em relação à juízo de valor, mas no que diz respeito aos infinitos que nos circundam. Olhar até onde se consegue, em algum momento olhar um pouco mais, e a cada vez ter pesadas correntes que te prendem à uma realidade irreparável... Realmente te prendem.
E que delírio, essa existência ser portal de expressão da alma, e prisão do potencial que essa alma tem.
No fim, sempre volto a um lugar comum. Que me dou conta que não conheço. Não consigo aceitar a angústia. Como a depressão é daninha.
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