quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Romance

Meu amor,

Pode parecer coisa boba,
Essa vontade toda que tenho
De todo dia acordar você.

Juro que não é só em você que penso!

Me dedico com muito carinho
À todos esses pedacinhos do dia
Que cobram minha atenção.

Mas... você...

Talvez seja idealização, quem dirá
Talvez até ilusão.
Nessa loucura desses tempos
Que mal faria se fosse?

E algo em mim sempre diz que não.
Que não é mentira;
Que você me ama,
Como eu te amo.

E que outras palavras mais eu poderia escrever
Pra caber o tanto de vontade que me dá
De viver... pensar em você, ah!

Logo a gente se encontra

Te amo.

sábado, 14 de agosto de 2021

Portas

Não é sobre ver a paisagem
É perceber sensações
Conexões entre ideias

Se dar conta que capturou algo
E se esforçar ao máximo
Pra não perder por aí

Essa... AH.. força pra não deixar o laço se desfazer
Buscar algo pra agarrar
E deixar lá, descansando,
Até que eu possa voltar e continuar

Epifanias arquivadas... É.

Só as vezes a sensação
É de que
Não foi eu quem fizera o arquivamento...
Ou ao menos, não lembro
Essa outra coisa que grava coisas em mim
Sou eu também?

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Queda

Tem vultos que passam
algo como,
memórias inquietas,
revoltas... inevitáveis
que estragam
essas instáveis linhas
entre o que sou, o que quero
e o que penso.

As aspirações internas logo se...
despedaçam.

e por que é tão facil se perder?

São fraternas as vontades, 
possibilidades de começar
de novo e de novo...
Tudo que já disse que queria,
tudo que já escrevi, que já fiz,
tudo o que já poderia ter feito.

E me resta esse deleite,
um vislumbre de que sei o que faço;
de que sei que me perco,
de que aceito que esqueço 
nesses minúsculos espaço-tempo de escolhas...

Abandono meus propósitos,
abandono à mim.

Tão momentâneo, tão sorrateiro,
tão certeiro esse pânico
de que se repete a narrativa
onde rompi minha própria
expectativa

E no fim o que me resta
é essa crítica auto ifingida,
(outro vulto que me alucina)
essa tortura silenciosa
que me submeto

todos os dias. 


quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Semipleno

Uma sensação de... conexão.
Sentidos encontrados numa espontaneidade,
ainda que no meio dessa virtualidade toda,
me faz navegar nesses relances de inspiração.

São aquelas sinfonias escondidas,
Que, de quando em vez, são percebidas nessa coisa recíproca

Aí... O tempo se evapora todinho.

E é tudo muito gostoso,
tão gostoso que deixa aquele gosto
de que foi embora um tipo de iluminação...

Quero continuar esse fluxo de pensamentos sincronizados.
Quero me encontrar em você,
nesses passeios de ideias... nessas aleatoriedade cotidianas,
nesses resgates de partes de mim, ocasionados no toque singelo que faço em ti.

Momentos que me levam aos sorrisos sinceros,
ideias que me conduzem àqueles mundos internos....

Translúcidas imagens de sentimentos que me...
reanimam, 
pra essa tortuosa viagem mundana





terça-feira, 3 de agosto de 2021

Ciência

Ah, como é gostoso ler Rubem Alves. As narrativas cotidianas transformam as linhas de raciocínio em momentos tão... digeríveis. Apesar de qualquer complexidade tudo ali parece ser compreensível. Me faz pensar sobre linguagem, comunicação, experiência, memória. Ahh tudo se interligando numa velocidade que a escrita não acompanha. Que eu ainda não acompanho.

Algo sobre... sonhos. São produtos de vivências e experiências assimiladas enquanto acordados, misturadas a n fatores da própria subjetividade. Incluem códigos, interpretações, sentimentos. Sem serem objetos de análise contínua podem ser comumente esquecidos: sem maiores significações pelo sonhador. Mas não é por que não se lembra e nem por que não entende que o sonho não esteja lá, e que não seja porta de entrada pra milhares de perspectivas sobre si mesmo.

Assim é o conhecimento: um algo construído a partir do que se vive, codificado entre as subjetividades e as linguagens humanas. Metamorfosiamos a experiência em cadeias de pensamentos, codificados os raciocínios tentamos colocar pra fora, de forma que outro alguém possa entender. Refutar, complementar...

E é um caminho tortuso: assimilar, transformar, codificar, comunicar... tanto se perde nisso tudo, tanto se constrói... Ah. A mente humana, a memória, o tempo

Não seria a endeusificação da ciência uma busca por "fortes", por bases sólidas que nos orientem no meio de tanta confusão? Confusão, primariamente, mental. Confusão que começa na dúvida da existência - seja das coisas, seja de si... papel já tão exercido pelas religioes mundo afora...  Uma busca coletiva por conhecimento que desemboca na subjetividade... Não sei. Difícil acompanhar esse fluxo de ideias

sábado, 31 de julho de 2021

Apatia

Queria que você pudesse
me ouvir
E que você olhasse meu choro
todas as vezes que ele seria evitado
se você não fugisse

Já disse isso tantas vezes aqui.

Queria conseguir pedir sua ajuda...

É algum tipo de medo. Sei lá.

A ilusão de que você notaria. Ou saberia. Não como mágica, só... um tipo de sensibilidade que eu sei que você tem. Mas não quer? É aquilo de fugir do que não é confortável, bom, prazeroso

Aí no fim só fica essa insegurança... de que você não se importa; ou que é totalmente secundário. Queria que você tivesse noção do impacto que tem... tipo uma visão de causa e efeito. Será que é pedir demais?

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Confissões

 Percebi que queria uma atenção incondicional. Aquilo de me fazer de vítima... Puro egocentrismo. Como se minha fragilidade emocional - essa suceptibilidade que começa no próprio orgulho - fosse problema de outros. A falta de vontade já não é tão fácil de submeter a alguém exceto eu mesma, e, ainda assim, consigo afastar de mim as reponsabilidades e fingir que eu não tenho culpa.

Tem umas coisas de sabedoria do "sagrado feminino" que já li por aí e que falam sobre essa tensão ser momento de introspecção. Uma introspecção específica de contato com os demônios internos. Fazia tanto tempo que não sentia tudo isso tão intensamente... Essas coisas cresceram dentro de mim. Cresceram muito. E essas atitudes impulsivas traem minhas vontades, aspirações, planos... Traem meus objetivos de auto-conhecimento.

E por que tanta traição?

Não adianta ficar justificando (seja pra mim, seja pra outros) as razões todas do porque me encontro como me encontro. Se bem que... Até disso tenho tido preguiça..

Antes tinha um demônio (alimentado durante anos) que me consumia: era principalmente uma autocrítica tóxica, que me forçava a encaminhar coisas, independente de fatores físicos ou emocionais do momento. Adoeci por causa disso. Decidida a não cavar a mesma cova, comecei outra, na desculpa de estar "respeitando" mais o meu espaço.

Nada de respeito tem nisso tudo.

Nos últimos dias tem passado pela minha cabeça os detalhes que poderiam mudar meu dia, e - diferente de váaarios pensamentos que tenho me envolvido - não alimento esses instantes de lucidez.

Muito café, muito tempo na cama, muito LOL.

Fugas...

Sair do ritmo é tão fácil, tão rápido. Ontem fiquei frustrada porque não conseguia tocar o que queria no piano. Mas como poderia tudo fluir do jeito que eu quero se eu não tenho uma prática diária?

No meio de toda aquela cobrança tóxica tinha esse desfecho meio positivo... Eu concluía coisas. A sensação de conclusão era gostosa. Será que consigo ser encaminhativa assim sem ser má comigo mesma? 

Algumas conquistas desse último semestre valem ser relembradas também, porque nem só de derrotas tenho me constituído: tomei decisões estruturais que realmente queria; mantive hábitos (principalmente físicos) que me fizeram muito bem; comecei o caminho da minha reorganização. Vários inícios, por enquanto. E bem sei como essa fase pode ser... oscilante, desafiante. Precisa de várias quantidades de, hm, perseverança que diz? Constância. Propósito, como diria o Marcus. E será que eu tenho isso bem claro pra mim mesma?